FABRICAÇÃO DE FOLHEADOS NO BRASIL


Brasil já é 2º maior do mundo em joias folheadas; indústrias pedem ação sobre cádmio

Dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Gemas e Metais (IBGM) apontam que o Brasil já é o segundo maior produtor mundial de joias folheadas. A posição foi alcançada em 2013.

Porém, a indústria nacional sofre com a falta de regulamentação do mercado mundial. Os padrões técnicos empregados no parque industrial brasileiro não são seguidos em localidades como a China. Grande quantidade dos produtos chineses apresenta cádmio em sua composição acima dos níveis toleráveis fixados por normas dos EUA, Canadá e União Europeia.

A situação fez a regional de Limeira do Sindicato da Indústria de Joalheria, Bijuteria e Lapidação de Gemas do Estado de São Paulo (Sindijoias) participar de um painel setorial sobre o teor de cádmio e chumbo em bijuterias e joias. O evento foi organizado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

No painel, o Inmetro discutiu a criação de controle regulatório das joias folheadas no Brasil e sobre os altos níveis de metais pesados concentrados nesses produtos. Também gera riscos ambientais e ocupacionais.

O instituto avalia que, em casos como esse, adotar a “blindagem” regulatória, como a proibição, pode levar os produtos para mercados alternativos, de onde viriam para o Brasil.

Lotes de joias folheadas vindas da China encontrados no Brasil apresentavam quantidades de cádmio 4 mil vezes superiores às recomendadas.

“Pedimos medidas rígidas diante da entrada descontrolada de produtos no Brasil, que, além de ameaçar a indústria nacional, ainda podem causar problemas de saúde para o consumidor”, disse Dionísio Gava Júnior, vice-presidente estadual do Sindijoias.

Em grande quantidade, o cádmio polui o ar e contamina os alimentos. O contato com a pele aumenta as chances de um câncer de rim. Mesmo uma pequena quantidade numa joia folheada traz risco, pois o mesmo metal pode ser usado em outras atividades humanas.

As peças brasileiras trabalham apenas com o cobre e o zinco na alta fusão, também chamado de latão, e o estanho e o chumbo na baixa fusão. A presença de cádmio nestas ligas é muito baixa, portanto, dentro dos níveis toleráveis. Havendo uma regulamentação no Brasil, naturalmente haverá também uma inibição no seu uso pelas indústrias, garantindo assim proteção da saúde dos consumidores brasileiros. “Houve no Brasil uma regulamentação em relação ao ouro, e isso foi bom para a indústria e para o consumidor”, comparou Dionísio.

Ranking

Segundo o IBGM, o Brasil passou a Coréia do Sul e desde o ano passado é o 2º no ranking dos maiores fabricantes de joias folheadas. O aumento do preço do ouro, a forte ampliação do consumo brasileiro da classe C, a melhoria de qualidade e produtividade da indústria e a utilização de design mais ligado à moda tornaram mais acessível o produto.

O Brasil perde apenas para a China. As exportações brasileiras alcançam 10% do total mundial. A indústria possui forte concentração nos Estados de São Paulo (Limeira) e Rio Grande do Sul (Guaporé).

Do painel da ABNT participaram ainda a diretora executiva do Sindijoias, Maria Zely Medeiros de Abreu, e técnicos da empresa Eletrochemical, que presta assessoria técnica ao sindicato patronal. Nas próximas semanas, o Inmetro divulgará novos dados sobre o tema.

Fonte:www.fiesp.com.br

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