A IMPORTÂNCIA DA TEMPERATURA NOS PROCESSOS DE PRÉ LIMPEZA



Num país tropical como o Brasil de dimensões continentais, as variações de temperaturas são sempre motivo de preocupação nos processos galvânicos. Já disponibilizamos a vocês uma ferramenta para cálculo de Kcal em sistemas de aquecimentos para processos.

Abaixo listamos alguns problemas que podem advir de um mal dimensionamento de sistema de aquecimento.

Desengraxantes químicos – É fundamental a temperatura elevada para maior eficiência, onde seus aditivos terão melhor performance, temperaturas acima de 65ºC são indicadas para uma boa dispersão dos óleos e graxas na solução, isso trará velocidade no desengraxe e eficiência na quebra da tensão superficial dos materiais orgânicos. Outra vantagem no uso de temperaturas mais elevadas é a baixa formação de espuma nos sistemas de recuperação de óleos seja por tanque separador de óleo ou através de um skimer. Um bom desengraxante a 75ºC tem o poder de remover o óleo de uma peça em 5 minutos aproximadamente.

Desengraxante eletrolítico – além da corrente elétrica aplicada seja anódica ou catódica uma temperatura na faixa de 40ºC ajuda na dispersão dos óxidos e micro gotículas de óleo que possam sobrar do desengraxe químico. Além disso resíduos dos detergentes da etapa anterior e provenientes dos inibidores de decapagem também são mais solúveis a temperaturas médias, lembramos que no caso da maioria dos desengraxantes eletrolíticos as altas correntes produzem aquecimento contínuo da solução por efeito Joule isso muitas vezes quando o substrato é mais sensível como ligas de zinco e alumínio podem ser um problema e a limpeza ficar tão agressiva que poderá atacar as peças, já nos substratos de aço carbono o efeito joule é benéfico e ajuda na remoção do carbono superficial , que se desloca mais facilmente pela corrente elétrica aplicada em temperaturas maiores.

Decapantes Ácidos, estes quando aquecidos liberam fumos ácidos e se faz necessário um eficiente sistema de exaustão e lavagem desses gases liberados, o HCl não deve ser aquecido pois, além de se decompor pela temperatura liberando cloro sua o resíduo de hidrogênio na solução causará uma fragilização por hidrogênio muito maior em materiais ferrosos, produzindo a temida hidrogenização. O mesmo vale para as soluções ácidas mistas, como a solução tri-ácida, não é recomendado o aquecimento pois o ácido fluorídrico irá se decompor mais facilmente desestabilizando a relação Nítrico, sulfúrico Fluor e consequente ataque do silício na liga de alumínio.

Decapantes alcalinos, hoje são muito poucos utilizados mas a temperatura é primordial na eficiência dos mesmos, com base álcalis sempre necessitarão da temperatura para catalisar a reação de oxidação sendo que quanto mais alta maior a eficiência. Estes decapantes também tem em sua composição agentes oxidantes como o permanganato de potássio, que em altas temperaturas liberam oxigênio nascente que se associam as carepas de carbono residual na superfície da peça facilitando sua remoção. Portanto altas temperaturas significam maior liberação de oxigênio e maior remoção de carepas. Neste tipo de decapante é comum na sua dissolução pela quantidade de soda caustica atingir altas temperatura e ter alta eficiência já no dia seguinte as temperaturas são menores e pressupõem-se uma queda no seu rendimento devido ao consumo e na verdade é a temperatura que está mais baixa.

Os ácidos mais apropriados para serem aquecidos são os ácidos oxigenados como o H2SO4, e HPO3, destes o mais comum em linhas galvânicas principalmente no exterior é o Ácido sulfúrico que propicia um alto rendimento a 50ºC desde que inibido corretamente, e nesta temperatura tem baixo poder de hidrogenização. Temperaturas maiores podem comprometer a estrutura da superfície do material produz zinco uma rugosidade ou ataque que compromete o brilho do banho seguinte.

Fonte: www.portaldagalvanoplastia.com.br

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